Fotografía tomada coa vella Zenit-122 en xuño de 1995.
A PONTE VERMELHA
Um passo além daquele campo, há um velho
Bosque, e ao pé dele a ponte. Entre as cantigas
Da água, o rio profundo as grossas vigas
Traz refletidas no sombrio espelho.
Arcos iguais de sólido aparelho,
Curvos, como do tempo com as fadigas,
Com a larga oval e as resistentes ligas
Olhais formam pintados de vermelho.
E a água, à tarde, espumando em bolhas, toda
De luz tinta e da cor que tem por cima,
A correr, a correr, fulgura e roda.
E a muda ponte espia ao longe, espia
Quem vem, que cavaleiro se aproxima
Para transpô-la no final do dia.
Alberto de Oliveira (1859-1937)
MÚSICA: François Couperin (1668-1733) - Le Tic Toc Choc Ou Les Maillotins (versión para piano), interpretado por Grigory Sokolov
youtu.be/8r5kecJfS2I