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User / SINDO MOSTEIRO / Atenas, un lugar para a Historia
Sindo Mosteiro / 5,362 items
Fotografía tomada coa vella Zenit-122 en setembro de 1989

O ARQUIPÉLAGO

Retornam a ti as gruas? E os barcos, buscam novamente
Seu curso em tuas costas? E as brisas, sopram elas
A paz das tuas águas? E, atraído lá do fundo,
O golfinho aquece o dorso à luz nascente?
É tempo de florir na Jônia? Na primavera, sempre,
Quando o coração dos vivos se renova e o amor primeiro
Acorda nos homens as lembranças da Idade de Ouro,
É que eu venho a ti e em teu silêncio saúdo-te, Ancião!

Tu vives sempre, Potestade, e como outrora dormes
À sombra dos teus montes; com braços juvenis estreitas
Ainda a tua terra encantadora e tuas filhas, Pai!
Tuas ilhas florescentes, nenhuma delas se perdeu.
Creta aí está, e Salamina verdeja no ocaso dos loureiros;
Com raios à volta, eleva Delos, na hora do nascente,
Sua cabeça inspirada, e eis Tinos, Quios
Abarrotadas de frutos púrpura, e os outeiros bêbados
A verter o licor de Chipre, e de Caularia correm,
Como antes, regatos de prata até tuas antigas águas, Pai.
Ainda vivem todas, mães de heróis, as ilhas,
De ano em ano florindo, e quando às vezes, desde o chão
Do abismo,

Também os Celestes – as serenas forças das alturas,
Que da plenitude do poder trazem até a cabeça
Dos homens sensíveis o dia risonho, o doce langor
E os prenúncios -, eles também, os antigos companheiros,
Moram contigo como outrora, e amiúde, no crepúsculo,
Quando dos montes da Ásia chega o sacro luar,
As estrelas encontram-se nas tuas vagas
E resplandeces então de brilho celestial; enquanto
Elas gravitam, tuas águas se mudam, e ressoa
No teu peito o canto noturno dos irmãos lá do alto.
Quando o que tudo transfigura, o sol dos dias,
Miraculoso filho do Oriente, surge enfim
E todos os viventes num sonho dourado encetam
O que a cada manhã o poeta lhes apronta,
A ti, deus em luto, eles enviam sortilégio mais ridente
E sua luz amistosa não é ela própria tão bela
Quanto a coroa, sinal de amor que sempre, como outrora,
Ele entrelaça, recordando-te, aos grisalhos anéis do teu cabelo.
(...)

Friedrich Hölderlin, O Arquipélago, 1801

MÚSICA: Νατάσσα Μποφίλιου - Εγώ μεγάλωνα για σένα
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Dates
  • Taken: Sep 1, 1989
  • Uploaded: Oct 17, 2016
  • Updated: Nov 19, 2018